
Rita Silveira: Respeito da Administração à Mulher
- By Admª Rita Silveira
- Blog do Presidente Leonardo
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Neste mês, março, escolhido mundialmente para dar ênfase maior à figura feminina, queremos homenagear e mais uma vez representar a mulher dentro da Administração. Talvez falemos mais sobre esta realidade dos gêneros neste mês, e assim conseguir engrossar a voz das mulheres na busca de soluções para tantas dificuldades.
Nós, da Administração do Ceará, nos importamos com a realidade atual da mulher, e mostramos isto com a existência nossa comissão CRA Mulher Ceará, apoiada por homens e mulheres profissionais da área.
Visitando um pouco a história, os seres humanos, ao longo da trajetória da humanidade, se acostumaram com a guerra da supremacia sobre o outro. O poder sobre o outro acaba sendo uma tônica na história, imposto pela força física ou outros meios, mas sempre o terrível sentimento de desejar sobrepujar o outro, essencialmente por parte daqueles que só entendem a vida como uma eterna disputa, como nos remete os estudos de pesquisadores da UNB-Universidade Nacional de Brasília, preocupados com os rumos que estamos tomando nas relações.
A fixação de uma imagem de vencedor e perdedor que nos foi infiltrada, inicialmente pela necessidade de sobrevivência, desde os habitantes das cavernas, até os mandados parentais dos mais doutos: “você tem que vencer sempre”. Parece chocante, mas se formos fundo e sem medo de enfrentar nossos medos, isto aparece por trás de muitos atos do indivíduo contemporâneo, com resquícios da natureza pré-histórica.
Talvez força e fragilidade se confundam na verdade, porque fracos são os que precisam se firmar colocando seu semelhante em posição de inferioridade. Como alcançar esta consciência, é a questão.
Segundo o FBSP-Fórum brasileiro de segurança pública, mais de 4,6 milhões de mulheres sofreram agressões físicas no Brasil em 2018. A lei nº 13.104 do código penal brasileiro, de 9/3/2015 chamada lei do feminicídio, está em vigor completando 4 anos: “violência doméstica e familiar; menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Penas: 6 a 20 anos de prisão. Mas ainda não sentimos a queda nas ocorrências. São 530 ataques físicos por hora, mais de 1.800 ataques por hora de outras naturezas: estupros etc, Fica a incógnita: o que há de tão forte na psique do homem para, apesar dos riscos de penas, continuar a violentar e matar? Posse sobre o outro significa poder. Respeito pela liberdade do outro significa aceitar as escolhas, os direitos, aceitar a igualdade entre nós, sem necessidade do jugo sobre o outro.
Desigualdade de gêneros passou a ser assunto contemporâneo recorrente a partir das conquistas femininas. O incômodo masculino, de alguns, com os dois prêmios de cientistas como a francesa Marie Curie em 1903 e 1911, ou a conquista do direito ao voto (União Soviética-1917, Alemanha 1918, EE UU 1920, Brasil 1932), ou ao destaque de escritoras brilhantes como nossa Raquel de Queiroz, ou ainda a presença das mulheres em cargos de liderança nas empresas, e tantas outras pelo mundo.
No nosso campo de atuação, assim como em outros, precisamos sedimentar que a busca não deve ser de supremacia, mas sim de igualdade de oportunidades, de desenvolvimento de competência entre homens e mulheres, para que nesta parceria de gêneros possamos todos ser premiados e reconhecidos.
Temos orgulho hoje de ver a Revista Forbes listar 10 mulheres empresárias de sucesso no mundo e especialmente no Brasil, como a fundadora e presidente da rede hoteleira Blue Tree Hotels, Sra. Chiekoo Aoki, ou a empresária Sônia Hess, criadora da Dudalina, uma das maiores marcas de T-shirts da América Latina, ou de Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza com mais de 700 lojas em 16 Estados brasileiros, entre outras tantas.
Neste mês, dedicado especialmente às mulheres, queremos conclamar a todos e todas profissionais da Administração, para que se juntem à Comissão CRA Mulher Ceará, e realizem homenagens à mulher com suas equipes, em empresas e órgãos públicos. Vamos exaltar o papel feminino e a nossa real participação, de homens de bem e mulheres que tem sororidade, esta palavra que parece nova, mas que nos remete à irmandade do gênero feminino, tão necessária para nosso fortalecimento.
A luta é real e precisa ser constante contra aqueles que não incorporaram ainda o sentimento da igualdade de direitos dos gêneros, o empoderamento da mulher junto do homem, o respeito pelas diferenças naturais entre a os sexos, mas a eterna confiança que esta diferença é que constrói nossa evolução.
*Profª. Rita Silveira da Silva
Presidente da Comissão CRA MULHER CEARÁ
Vice-Presidente CRA CEARÁ