Colegas de profissão,

54 anos de regulamentação da profissão de Administrador. Neste momento, relembro a assinatura do então presidente da República, o cearense Castelo Branco, naquele 9 de setembro de 1965.

Hoje vale destacar aqueles homens e mulheres que trabalharam com afinco para fazer de nossa milenar profissão uma lei que assegura o desenvolvimento do país.

Hoje, mais do que nunca, tenho convicção do que a Administração representa para a nossa sociedade. Do bem que ela tem feito, do que ela fez e do que ela poderá fazer. Sem menosprezar nenhuma outra profissão, porque jamais faria isso, porque entendo a importância da multidisciplinaridade, no entanto, lanço o desafio: qual profissão estuda os meios e estabelece processos que se comprometa diretamente com os negócios e almeje o desenvolvimento deum país.

O Conselho de Administração tem intensificado sua fiscalização. Fiscalizar é, antes de tudo, cuidar da sociedade e protegê-la dos leigos e dos maus profissionais. Desde 2015, mantemos uma média de 3.000 editais analisados por ano. Somente este ano, foram mais de 150 editais impugnados, além de cinco editais de concursos públicos que pedimos que fossem refeitos. Na prática, fiscalizar também é inserir o profissional de Administração no mercado de trabalho.

Além de buscar essa inserção de nossos profissionais, temos defendido cada vez mais a qualificação do administrador. Cursos, palestras, formações básicas e eventos que prestigiam a classe estão no rol de atividades ofertadas pelo Conselho.

Entretanto, tenho imenso orgulho em ressaltar nesta honrosa casa, que somos o primeiro conselho de Administração do país a ter oferecido um programa de pós-graduação a 100 administradores do Ceará.

Iniciado no ano passado, em parceria com a Universidade Regional do Cariri, a Urca, entregamos há poucos dias 100 profissionais especializados em Gestão e Planejamento das Finanças Públicas. Nossa contribuição à sociedade, que recebe profissionais devidamente qualificados para melhorar os processos na gestão pública.

Em paralelo à especialização, em parceria com o Conselho Federal de Administração, entregamos na semana que passou, o certificado a 55 administradores, que se formaram em Multiplicadores de Conhecimento em MPEs, um importante setor capaz de movimentar a maior parte do emprego e renda no Brasil.

Assim, o mercado passa a receber profissionais devidamente capacitados para otimizar este nicho da economia.

Vale destacar que este projeto tem um pai, o presidente do CFA, Administrador Mauro Kreuz, aqui presente e a quem peço palmas neste momento.

Essas ações são importantes para nossos profissionais, mas, como costumo dizer sempre: quem mais lucra com essas atividades de qualificação é a sociedade.

Nossos eventos miram a sociedade sempre, como a valorização do papel da mulher, por meio do CRA Mulher, que busca empoderar as mulheres na profissão, e aqui destaco minha vice-presidente, e idealizadora deste projeto também pioneiro no país: Rita Silveira.

Vale ressaltar ainda os fóruns de gestão pública, que apresentam os cases de sucesso dentro dos órgãos de governo, realizados por administradores. É a contribuição do profissional na gestão pública.

Ainda realizamos, já na quarta edição, o fórum de administração e gestão de IES, que traz à tona novos conceitos e debates necessários para a melhoria profunda no ensino de nossos estudantes e futuros profissionais.

Agora, trago para cá, com muita tristeza, a sugestão do atual governo em acabar com todas essas conquistas, colocar em risco a segurança do cidadão, e pôr na berlinda o bem-estar social. Falo, senhoras e senhores, da PEC 108, que, na prática, prevê o fim da profissão.

A PEC 108 vai contra tudo o que os conselhos de classe fizeram ao longo de mais de 80 anos de história em prol da sociedade. Essa PEC destrói a economia, traz a informalidade para o mercado, e com ela, protege os maus profissionais e desequilibra a lógica social.

Se defendemos a qualificação, a busca constante por conhecimento, vem essa PEC contra o mercado mundial. Se já é pouco a pós-graduação, e os profissionais buscam mestrado e doutorado, essa PEC privilegia os ignorantes. Resultado a curto prazo: economia no ralo e sociedade desprotegida. Quem vai pagar esse custo?

Ora, uma profissão só existe com a sua normatização e fiscalização. Os conselhos de classe são uma conquista da sociedade ao longo de 80 anos. Só desinformados criam projetos assim. Mas, afirmo aqui, que como presidente do CRA-CE, me unirei ao CFA e a demais conselhos e entidades para defender nossa profissão. Estamos atentos a essas maluquices e seremos contrários.

Por falar em defesa do conhecimento, aqui trago o nome do Adm. João Melo, presidente da Academia Cearense de Administração, que tem como papel engrandecer e divulgar a ciência da Administração.

Por fim, não nos calaremos nem seremos dóceis no que diz respeito ao fim da nossa profissão.

Se até aqui só tivemos desafios, não será este que nos intimidará.

Convoco a classe para ficarmos atentos. De minha parte terão empenho e força para colocar a nossa profissão no lugar onde ela precisa estar.

Vamos em frente, juntos!